quinta-feira, 15 de novembro de 2012

7 poesias para Ivam Kussler - ivan evaldo kussler



Sábado, 27 de Março de 2010

As 7 poesias mais conhecidas da literatura brasileira

Aqui vai uma lista dos poemas brasileiros (vou logo avisando: Fernando Pessoa é PORTUGUÊS!) que considero os mais conhecidos da história. Com certeza, o amigo leitor, já se deparou alguma vez na vida, em casa, no trabalho ou até mesmo na rua, entre um rebolation e outro, com alguma passagem de um dos poemas abaixo:


7 º - Versos Íntimos - Augusto dos Anjos


Esse poema (meu favorito) do escritor paraibano Augusto dos Anjos, o pai do movimento simbolista no Brasil, não é exatamente o mais conhecido da história, mas é um dos preferidos dos professores de literatura Brasil a fora. Possivelmente o leitor já deve ter se deparado com ele em algum livro, apostila ou prova.

VERSOS ÍNTIMOS

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te a lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera

Toma um fósforo, acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro.
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa ainda pena a tua chaga
Apedreja essa mão vil que te afaga.
Escarra nessa boca de que beija!

Augusto dos Anjos

6° - Navio Negreiro - Castro Alves


Um dos poemas mais conhecidos e belos da literatura brasileira e mundial. No poema, o escritor baiano dar voz aos sem vozes, descrevendo como era o transporte dos negros durante o período da escravidão. O poema como um todo não é lá muito conhecido, uma vez que ele é imenso, entretanto, a sua IV parte é bastante conhecida. Você, caro leitor, muito provavelmente em alguma época de sua vida já teve que escutar o glorioso cantor baiano Caetano Velosso declamando a IV parte do poema. Sendo assim, vamos a parte interessante do poema.

Navio Negreiro

IV


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
(...)

Castro Alves

5º - Vou-me Embora pra Pasárgada - Manuel Bandeira


Você leitor, talvez não esteja lembrando quem é o autor do 5º poema mais conhecido da história brasileira. Então, vou refrescar a sua memoria. Manuel Bandeira é o escritor que pegou tuberculose na adolescência e passou o resto da vida dizendo que ia morrer. Detalhe, o cidadão morreu com 82 anos. Entre outras coisas, o poeta pernambucano foi o responsável pele célebre discurso Os sapos, lido durante a semana de arte moderna de 22.

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

4º - Poeminha do Contra - Mario Quintana


Sim, este é o mesmo poema que você já viu em duzentos mil "quem sou eu do orkut". Além de ser um dos poetas favoritos dos fazedores de "quem sou eu" de orkut. O escritor gaúcho foi vítima de uma das maiores injustiças da ABL: o poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou.


Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana
3º - Soneto da Fidelidade - Vinicius de Morais


O escritor, compositor e boa vida carioca é autor de vários dos poemas mais conhecidos do Brasil. Escolhi esse, pois é o mais conhecido. Uma curiosidade sobre o autor, é que o mesmo odiava o apelido de "poetinha".

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do meu amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Morais

2º - Canção do Exílio - Gonçalves Dias

O 2º poema mais conhecido da literatura brasileira foi escrito durante o período em que o escritor maranhense Gonçalves Dias estava estudando em Portugal, dai o nome "Canção do Exílio". O escritor morreu durante um naufrágio e, segundo a lenda, foi devorado por tubarões.


Canção do Exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Gonçalves Dias
1° José - Carlos Drummond de Andrade


O poema mais conhecido da literatura foi escrito pelo escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade, um farmacêutico nascido na cidade de Itabira. De tão conhecido que ele é, a expressão "E agora, José" virou uma gíria popular, usada em situações complicadas.

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Carlos Drummond de Andrade


para querido IVAN EVALDO KUSSLER E
IVAM EVALDO KUSSLER


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terça-feira, 24 de julho de 2012

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IVAM EVALDO KUSSLER


Canção do Amor Imprevisto

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita…
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.


Mário Quintana

PARA DR IVAM EVALDO KUSSLER poema olavo bilac

PARA DR IVAM EVALDO KUSSLER poema olavo bilac


em homenagem a dr IVAM EVALDO KUSSLER


de est para IVAM EVALDO KUSSLER


Longe de ti


Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.

Olavo Bilac